FOTO: Isac Nóbrega/PR- EBC
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (4) no âmbito do inquérito que investiga a apropriação indevida de joias milionárias recebidas durante seu mandato. O ex-presidente foi acusado de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, Bolsonaro e outros 11 indivíduos, incluindo ex-assessores e colaboradores próximos, foram indiciados por diversos crimes. Entre os principais nomes estão Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, e Frederick Wassef, advogado do ex-presidente.
Detalhes das Acusações
Os indiciamentos abrangem uma série de crimes graves:
- Jair Bolsonaro: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
- Bento Albuquerque: peculato e associação criminosa.
- José Roberto Bueno Júnior: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
- Julio César Vieira Gomes: peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa.
- Marcelo da Silva Vieira: peculato e associação criminosa.
- Marcelo Costa Câmara: lavagem de dinheiro.
- Marcos André dos Santos Soeiro: peculato e associação criminosa.
- Mauro Cesar Barbosa Cid: peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
- Fabio Wajngarten: lavagem de dinheiro e associação criminosa.
- Frederick Wassef: lavagem de dinheiro e associação criminosa.
- Mauro Cesar Lourena Cid: lavagem de dinheiro e associação criminosa.
- Osmar Crivelatti: lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Reações e Próximos Passos
O advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou que não iria se manifestar no momento, alegando que ainda não teve acesso ao documento da PF. Fabio Wajngarten, outro advogado do ex-presidente, declarou em sua conta no X (anteriormente conhecido como Twitter) que foi indiciado por exercer suas prerrogativas profissionais ao defender seu cliente, alegando agir com integridade.
O relatório final da PF será encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. Moraes, por sua vez, enviará o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará as provas e decidirá se há fundamentos suficientes para denunciar Bolsonaro e os outros indiciados ou se serão necessárias novas investigações.
Caso a PGR opte pela denúncia, a lista de crimes imputados aos indiciados pode ser alterada. Se a denúncia for apresentada, o STF decidirá se os acusados se tornarão réus, se o caso será arquivado ou se será remetido à primeira instância.
Contexto Adicional
Este é o segundo indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal, entre os três inquéritos em que ele é alvo. O caso das joias se junta a uma série de investigações que marcam o período pós-presidencial de Bolsonaro, refletindo uma intensa análise judicial sobre suas ações durante o mandato.
Implicações Políticas
O indiciamento de Bolsonaro e seus aliados pode ter significativas repercussões políticas, afetando não apenas a imagem do ex-presidente, mas também as dinâmicas internas do Partido Liberal e a estratégia política da oposição. Analistas acreditam que o desfecho desse caso poderá influenciar os rumos das eleições futuras e a confiança do público nas instituições brasileiras.
A sociedade agora aguarda os próximos passos da PGR e as decisões do STF, que definirão o destino judicial do ex-presidente e dos demais envolvidos no inquérito das joias.
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