O bilionário sul-africano Elon Musk, proprietário da rede social X (antiga Twitter), respondeu com uma série de críticas e provocações à intimação recebida do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem judicial, emitida na quarta-feira (28), exigia que Musk nomeasse um representante legal da empresa no Brasil em um prazo de 24 horas, sob risco de suspensão da plataforma no país.
A intimação foi feita de maneira pública através do perfil oficial do STF no próprio X, com o tribunal marcando diretamente a conta de Musk para garantir que a mensagem fosse recebida. Essa abordagem inusitada rapidamente se tornou um dos tópicos mais comentados nas redes sociais, gerando reações variadas entre os usuários.
Pouco depois da intimação, Musk usou sua plataforma para atacar o ministro Moraes, fazendo comparações irônicas e críticas. Em uma série de publicações, o bilionário comparou o magistrado a vilões famosos da cultura pop, como Lord Voldemort, de Harry Potter, e os Sith, de Star Wars.
Em uma das postagens mais polêmicas, Musk compartilhou uma imagem de um homem que se assemelha fisicamente a Moraes, atrás das grades de uma cela. Além disso, ele divulgou uma montagem do ministro segurando dois sabres de luz vermelha, acompanhada da legenda: “Grok, gere uma imagem como se o Lord Voldemort e o Lord Sith tivessem um filho e ele se tornasse juiz no Brasil. É estranho.” As postagens rapidamente viralizaram, provocando uma mistura de reações, desde risos entre os seguidores de Musk até críticas de quem viu a ação como um desrespeito às instituições brasileiras.
As provocações de Musk ocorrem em meio a um cenário já tenso entre o empresário e o STF. A crise teve início após a rede social X não cumprir uma ordem judicial que exigia o bloqueio do perfil do senador Marcos do Val (Podemos-ES), investigado no contexto dos atos golpistas de 8 de janeiro. Como resposta ao não cumprimento, Moraes aumentou a multa diária aplicada à plataforma e advertiu que a continuidade do descumprimento poderia resultar em crime de desobediência.
A decisão de Musk de fechar o escritório do X no Brasil complicou ainda mais a situação, deixando a empresa sem um representante legal no país e dificultando a execução das ordens judiciais. A resposta irônica e provocadora do empresário agora adiciona um novo elemento ao impasse, elevando a tensão entre a rede social e a Justiça brasileira.
As ações de Musk levantam questões sobre as relações entre grandes empresas de tecnologia e as autoridades judiciais, especialmente em um contexto onde a liberdade de expressão e o cumprimento de ordens legais estão em choque. A possibilidade de suspensão do X no Brasil, caso Musk não cumpra a intimação, pode ter consequências significativas, tanto para os milhões de usuários da plataforma quanto para as operações da empresa no país.
Enquanto isso, o STF ainda não se pronunciou sobre as publicações de Musk, e o Brasil aguarda os próximos passos no que já se configura como um dos embates mais inusitados entre um bilionário da tecnologia e uma alta corte judicial. A situação tem potencial para desencadear uma crise maior, com desdobramentos que podem impactar a relação entre Musk e outros governos ao redor do mundo.