Ademar Traiano responde a Moro e o acusa de frustração pessoal após derrota eleitoral

Foto: Sandro Nascimento/Alep

Nesta quarta-feira (16), o deputado estadual Ademar Luiz Traiano (PSDB-PR) respondeu publicamente aos ataques do senador Sergio Moro (União-PR), em mais um episódio de desentendimentos envolvendo o ex-juiz e figuras políticas do Paraná. A troca de acusações ocorre em meio a um cenário de crescente tensão dentro do cenário político paranaense, especialmente após a recente derrota de Rosângela Moro nas eleições municipais de Curitiba.

Em sua nota, Traiano afirmou que o ataque de Moro foi baseado em um acordo de não persecução penal, homologado pela Justiça e realizado em conformidade com a legislação. Ele destacou que o instrumento jurídico utilizado é perfeitamente legal e foi introduzido durante o período em que Moro ocupava o cargo de ministro da Justiça, enfatizando que o senador deveria ter conhecimento profundo do ordenamento jurídico.

Traiano também sugeriu que o ataque de Moro seria motivado por frustrações pessoais decorrentes da derrota eleitoral de Rosângela Moro, esposa do senador. Além disso, ele fez referência às críticas anteriores de Ney Leprevost, que havia classificado Moro como um “traidor contumaz” e o acusou de várias traições, tanto na esfera política quanto pessoal.

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O deputado ainda acusou Moro de mau uso do fundo eleitoral, mencionando a utilização de R$ 230 mil nas redes sociais da esposa do senador durante a campanha, sem sequer pedir votos para a chapa. Segundo Traiano, tal conduta configuraria crime eleitoral, conforme o artigo 354-A do Código Eleitoral.

Encerrando sua nota, Traiano lançou um desafio a Moro, convidando-o para comparecer a um cartório e apresentar suas certidões de antecedentes criminais e civis. O deputado afirmou que sua ficha está limpa, em contraste com o senador, que atualmente responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Confira a íntegra da nota de Ademar Luiz Traiano:

Senador Sergio Moro,

Fui alvo de um ataque de Vossa Excelência, baseado em um acordo legalmente firmado com o Ministério Público do Paraná e homologado pela Justiça, em conformidade com a legislação vigente.

Como ex-juiz federal, o senhor deve (ou, pelo menos, deveria) ser um profundo conhecedor do ordenamento jurídico e, portanto, entende que o acordo de não persecução penal é um instrumento legal, criado justamente para promover soluções consensuais e céleres em casos de menor gravidade. Cabe lembrar que esse instrumento, utilizado por mim, foi introduzido na legislação por iniciativa de Vossa Excelência, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça.

Além disso, seu ataque parece refletir um momento de frustração pessoal, especialmente após o resultado desfavorável de sua esposa, Rosangela Moro, nas recentes eleições em Curitiba, algo já mencionado por outras figuras políticas.

Vale lembrar as palavras do deputado Ney Leprevost, que classificou Vossa Excelência como um “traidor contumaz”, relembrando suas inúmeras traições à magistratura, aos seus eleitores e até mesmo a aliados políticos. Além disso, o acusou de ter traído o partido União Brasil ao utilizar 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais de sua esposa, promovendo-a de forma pessoal e sem sequer pedir votos para o 44, conduta tipificada como crime pelo art. 354-A do Código Eleitoral.

Por fim, faço um convite ao senhor: vamos juntos a um cartório, onde posso prontamente apresentar minha certidão de antecedentes criminais e civis, que demonstram minha total ausência de processos. Ao contrário, Vossa Excelência, que atualmente figura como réu em processos no Supremo Tribunal Federal, talvez tenha dificuldades em fazer o mesmo. Esse é o verdadeiro compromisso com a transparência que os paranaenses esperam.

Ademar Luiz Traiano

Contexto e Repercussões

Os ataques e respostas acaloradas entre figuras políticas do Paraná revelam uma disputa interna dentro do União Brasil e o crescente desgaste da imagem pública de Sergio Moro. As críticas feitas por Traiano reforçam o coro de outras lideranças do estado, como Ney Leprevost, que recentemente também criticou o senador em termos semelhantes.

O desdobramento desse embate pode influenciar diretamente o cenário eleitoral no Paraná, com Moro sendo cotado para disputar o governo estadual, mas enfrentando desafios para manter sua base de apoio política e pública. As tensões dentro do União Brasil podem ainda moldar as alianças e disputas futuras dentro do partido e no cenário eleitoral do estado.

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