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Nesta segunda-feira (20), Donald Trump será oficialmente empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, em uma cerimônia realizada no interior do Capitólio, marcando seu retorno ao poder após quatro anos de afastamento. A cerimônia ocorre em um ambiente fechado, uma medida incomum devido às condições climáticas extremas causadas por uma explosão ártica que atinge boa parte do país.
O retorno de Trump é cercado de simbolismo, uma vez que ele superou uma série de adversidades — incluindo dois atentados contra sua vida, quatro indiciamentos criminais e uma condenação judicial — para reconquistar a presidência. Durante sua campanha, ele garantiu uma vitória convincente sobre a então vice-presidente Kamala Harris, consolidando apoio popular em estados-chave e ampliando sua base eleitoral.
Em discurso aos apoiadores na véspera da posse, Trump afirmou: “Colocamos a América em primeiro lugar, e tudo começa amanhã. Iniciaremos um novo dia de força e prosperidade.” No evento, lotado na Capitol One Arena, ele prometeu a “maior primeira semana da história presidencial” e anunciou que sua gestão focará em uma “revolução do bom senso”.
A cerimônia será acompanhada por figuras importantes da política mundial, empresários influentes e celebridades. Entre os presentes estavam os ex-presidentes Joe Biden, Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, além de líderes empresariais como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos. A presença de dignitários internacionais reforça o impacto global da transição de poder nos Estados Unidos.
Trump toma posse ao lado de seu vice-presidente, JD Vance, e, em seu discurso, destacou o início de uma “era emocionante de sucesso nacional”. “Minha mensagem aos americanos hoje é que é hora de agirmos novamente com coragem e vitalidade,” declarou.
Primeiras medidas e prioridades
Em seu primeiro dia de mandato, Trump assina mais de 200 ordens executivas, focadas em áreas como segurança de fronteiras, políticas energéticas e redução de regulamentações federais. Entre as medidas anunciadas estão:
- O fim da política de “captura e soltura” de imigrantes ilegais;
- A suspensão de arrendamentos para energia eólica offshore;
- A revogação do New Deal Verde e a saída do Acordo Climático de Paris;
- O cancelamento da obrigatoriedade de veículos elétricos no país.
“Com essas ações, começaremos a restauração completa da América e a revolução do bom senso,” afirmou Trump em seu discurso de posse.
Repercussão internacional
O retorno de Trump ao poder também atraiu atenção no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejou “uma gestão profícua” ao novo presidente americano, destacando a importância de uma relação diplomática equilibrada. Lula comentou: “Torço para que ele faça uma gestão que beneficie o povo americano e mantenha uma relação histórica de respeito com o Brasil.”
Apesar das diferenças ideológicas, Lula reafirmou o compromisso brasileiro com a diplomacia e evitou polêmicas sobre a postura de Trump em relação à política internacional.
Um retorno marcado por controvérsias e apoio popular
A ascensão de Trump, após sua derrota em 2020, reflete um momento de divisão na política americana. Sua insistência em contestar os resultados da eleição anterior e os eventos de 6 de janeiro de 2021 levantaram questionamentos sobre a estabilidade democrática do país.
No entanto, sua campanha de 2024 galvanizou uma base de apoio que atribui aos democratas a responsabilidade por questões como a inflação e a crise imigratória. Pesquisas recentes apontam que Trump atingiu sua maior avaliação favorável desde 2017, com 50% de aprovação.
Com o controle republicano no Senado e na Câmara, Trump inicia seu novo mandato com uma plataforma fortalecida, prometendo redefinir a política americana para as próximas gerações.