Foto: Pedro Ribas/SECCOM-PMC
A Prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) deram mais um passo importante rumo à modernização do transporte coletivo da capital. Representantes das instituições se reuniram na última sexta-feira (11/4), na sede do TCE, para discutir o cronograma da nova concessão do sistema. O encontro contou com a presença da equipe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela formatação do projeto.
Durante a reunião, foram apresentados os avanços no processo de estruturação da nova concessão e as próximas etapas previstas, que incluem consulta pública e audiências com a população. O edital deve ser lançado em setembro e o leilão, realizado até o fim do ano. Após a publicação do edital, será iniciado um período de transição de 16 meses, necessário para que os novos operadores se preparem para a entrada em vigor do novo contrato, sem prejuízos ao serviço.
“Estamos comprometidos em tornar esse processo o mais transparente possível, com foco na elaboração de um projeto que garanta à população um transporte mais eficiente, integrado, tecnológico e sustentável”, afirmou o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
A presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ana Jayme Zornig, destacou a importância do diálogo com o TCE-PR. “A ideia foi apresentar um panorama geral do projeto e estabelecer uma parceria transparente e produtiva com o tribunal”, disse.
O coordenador de Acompanhamento de Atos de Gestão do TCE-PR, Marcus Vinicius Machado, enfatizou o compromisso do órgão com a fluidez dos processos públicos. “O TCE-PR busca manter o diálogo aberto para trabalhar de forma concomitante e dar fluidez aos processos de interesse público”, afirmou.
Eletrificação e inovação no transporte
Um dos principais destaques do novo modelo de concessão é a continuidade da eletrificação da frota. A expectativa é de que o número de ônibus elétricos em circulação aumente gradativamente nos próximos cinco anos. Para isso, está prevista a aquisição de novos veículos e a instalação de infraestrutura de recarga adequada.
O novo contrato também deve contemplar a ampliação da integração entre linhas, o redimensionamento das rotas de ônibus e a implementação de indicadores de qualidade e eficiência. Ferramentas modernas de controle de embarques e desembarques, bem como a modernização do acesso a terminais e estações-tubo, também fazem parte do pacote de inovações.
Transparência e participação
A Prefeitura reforçou seu compromisso com a transparência ao destacar o cumprimento da Resolução 101/23 do TCE-PR, que exige a entrega de um extrato do projeto 120 dias antes da publicação do edital. Esse documento deverá detalhar investimentos, cronograma e a situação atual do sistema.
Durante o período de transição, o contrato atual — que completa 15 anos em setembro e pode ser prorrogado por até dez anos — continuará em vigor. A medida visa garantir a continuidade do serviço à população até a plena implementação do novo modelo.
“Queremos que, na fase de transição, não haja qualquer tipo de interrupção do serviço ou prejuízo aos passageiros”, reforçou Maia Neto.
Também participaram da reunião a procuradora-geral do Município, Vanessa Volpi; a diretora jurídica da Urbs, Heloisa Lopes; e o diretor de Mobilidade Urbana, Sergio Oliveira. Representando o BNDES, estiveram presentes Arian Bechara (chefe do Departamento de Estruturação de Soluções de Mobilidade Urbana), as gerentes de projeto Paula Fogacci e Isabella Muller, o gerente jurídico Rafael Chambarelli e Arlindo Fernandes, diretor da Oficina Engenheiros Consultores Associados, líder do consórcio responsável pela consultoria técnica do projeto.