Polícia Federal faz operação contra Bolsonaro; Moraes impõe tornozeleira eletrônica e restrições

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (18), uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com mandados de busca e apreensão cumpridos em sua residência e na sede do Partido Liberal, em Brasília. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e teve aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Além das buscas, a operação impôs uma série de medidas cautelares ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, proibição de uso de redes sociais e restrição de contato com diplomatas e outros investigados.

A decisão de Moraes atende a um pedido da PGR e é fundamentada na suspeita de que Bolsonaro teria praticado os crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataques à soberania nacional.

Defesa critica medidas

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ter recebido com “surpresa e indignação” a decisão do ministro do STF. Os advogados do ex-presidente argumentam que ele sempre colaborou com as investigações e que ainda não tiveram acesso ao teor completo da decisão.

“A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”, diz o comunicado.

Investigações em curso

A operação desta sexta-feira ocorre em meio a diversas frentes de investigação envolvendo o ex-presidente, incluindo inquéritos sobre tentativa de golpe de Estado, disseminação de desinformação contra o sistema eleitoral, interferência na Polícia Federal e conexões com atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A proibição de contato com embaixadores e diplomatas chama atenção por seu ineditismo, e sinaliza uma preocupação do Supremo com possíveis articulações internacionais.

Clima de tensão no PL

A sede nacional do PL, partido ao qual Bolsonaro é filiado, também foi alvo da operação. A legenda, que abriga diversos aliados próximos do ex-presidente, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso até o momento.

Aliados de Bolsonaro veem as medidas como parte de uma ofensiva coordenada do Judiciário e da Polícia Federal, sob o comando do ministro Alexandre de Moraes. Já opositores do ex-presidente consideram a operação um avanço necessário no combate à impunidade.

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