PIB do Brasil cresce 3,4% em 2024, mas fica abaixo das projeções do mercado

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 0,2% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, e avançou 3,4% no acumulado do ano, alcançando R$ 11,7 trilhões. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento, o resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela Reuters projetavam uma alta de 0,5% no trimestre e de 4,1% na comparação anual. As estimativas do Broadcast indicavam um avanço entre 3,3% e 3,6%, com mediana de 3,5%.

Setores que impulsionaram o PIB

O desempenho positivo do PIB foi impulsionado pelos setores de Serviços e Indústria, que cresceram 3,7% e 3,3%, respectivamente, em comparação com 2023. Entre os destaques, figuram as atividades de Outras atividades de serviços (5,3%), Indústria de transformação (3,8%) e Comércio (3,8%), que, juntas, representaram cerca de metade do crescimento do PIB em 2024, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Na Indústria, a Construção foi o setor com maior avanço, registrando alta de 4,3% no ano, impulsionada pelo aumento da ocupação, produção de insumos e maior oferta de crédito. Outros segmentos de destaque foram Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que cresceram 3,6%.

Impacto da agropecuária

Em contrapartida, a Agropecuária teve um desempenho negativo, com queda de 3,2% no ano. O resultado foi influenciado por fatores climáticos adversos que impactaram a produtividade de culturas essenciais, como a soja (-4,6%) e o milho (-12,5%).

Consumo das famílias e investimentos

Pela ótica da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 4,8% em relação a 2023, impulsionada por programas de transferência de renda, melhora no mercado de trabalho e redução das taxas de juros em comparação ao ano anterior. O investimento (FBCF) também teve um desempenho significativo, crescendo 7,3%, embora seu peso na economia seja menor do que o consumo das famílias.

A Despesa do Consumo do Governo avançou 1,9% no ano. Já as Importações de Bens e Serviços registraram um crescimento expressivo de 14,7%, enquanto as Exportações aumentaram 2,9%. A taxa de investimento no país subiu para 17,0% do PIB, frente aos 16,4% registrados em 2023. A taxa de poupança, no entanto, caiu de 15,0% para 14,5%.

Revisão dos dados

O IBGE também revisou para baixo os números de crescimento econômico dos três primeiros trimestres de 2024. Essa revisão reflete uma análise mais detalhada dos dados econômicos ao longo do ano, ajustando a percepção do desempenho real da economia brasileira.

O resultado do PIB de 2024 confirma um crescimento sólido da economia, embora aquém das expectativas iniciais do mercado, e reforça a necessidade de políticas que estimulem a produção e o investimento para sustentar o avanço econômico nos próximos anos.

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