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A candidatura de Cristina Graeml (PMB) à Prefeitura de Curitiba enfrenta novos desafios com a revelação de informações sobre o passado político de seu vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho (PMB). Documentos mostram que Jairo foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) entre 2018 e 2019, algo que pode causar desconforto entre eleitores de direita, base principal da campanha de Cristina.
Em um debate acirrado com Eduardo Pimentel (PMB) na TV Band Curitiba, Cristina buscou se consolidar como candidata conservadora, mas a filiação de Jairo ao PCdoB, partido historicamente de esquerda, levanta dúvidas sobre a coerência ideológica da chapa. Em 2018, o PCdoB esteve na coligação de Fernando Haddad (PT), adversário direto de Jair Bolsonaro, que agora apoia a candidatura de Cristina no segundo turno. Esse passado recente de Jairo no partido comunista pode ser explorado pelos adversários, já que contradiz a postura de direita adotada pela dupla nas eleições municipais.
Além da questão partidária, Jairo enfrenta acusações mais graves que têm complicado a campanha. Ele foi condenado em primeira e segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a devolver R$ 90 mil em um processo de quebra de contrato, apesar de Cristina ter afirmado repetidamente que seu vice não tem condenações. Embora o caso seja cível e não interfira diretamente em seus direitos políticos, a condenação mancha a imagem do vice e levanta questionamentos sobre sua integridade.
Não bastassem essas complicações, o Partido Cidadania apresentou uma denúncia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusando Jairo de omitir bens em sua declaração de candidatura. A presidente do partido, Mirella Neves Ferraz, afirma que o candidato declarou apenas R$ 20 mil em cotas de duas empresas, mas teria outros registros empresariais ativos e suspensos que somariam quase meio milhão de reais, valor que não foi informado à Justiça Eleitoral.
As polêmicas não param por aí. A Revista Veja divulgou que dois empresários do Paraná acusam Jairo de envolvimento em fraudes financeiras recentes, alegando que ele ofereceu empréstimos via uma empresa de intermediação com o BNDES, chamada Fomento Mais, mediante o pagamento de uma taxa de 5% do valor contratado. Segundo os empresários, os empréstimos nunca se concretizaram e Jairo teria recebido comissões por negócios que nunca aconteceram.
Diante dessas revelações, a campanha de Cristina Graeml, que já vinha enfrentando dificuldades no primeiro turno, passa agora por uma fase ainda mais desafiadora. A candidata tem se esforçado para minimizar o impacto das acusações contra seu vice, mas a sucessão de denúncias e controvérsias pode prejudicar sua tentativa de consolidar o apoio do eleitorado conservador, essencial para sua vitória no segundo turno.
Com a revelação dos novos fatos, a candidata à prefeitura tem sido pressionada a dar explicações sobre as polêmicas que cercam Jairo. Em uma eleição onde a ideologia política desempenha um papel central, a ligação do vice com partidos de esquerda e as acusações de fraudes financeiras são elementos que Cristina terá de enfrentar com firmeza se quiser manter sua candidatura competitiva até o fim da disputa eleitoral.