O Banco Central admitiu oficialmente que a meta de inflação, em 2024, será descumprida novamente. A informação consta no relatório de inflação do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (19).
Isso quer dizer que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará acima do teto do sistema de metas neste ano, que é de 4,5%.
Na parcial de janeiro a novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação somou 4,29%. A projeção do mercado é de que o IPCA some 0,58% em dezembro, segundo pesquisa do BC, levando o indicador do ano fechado acima de 4,5%.
“A probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância aumentou. A probabilidade estimada, construída a partir dos intervalos de probabilidade, passou de 36% para perto de 100% no caso de 2024”, informou o Banco Central.
Fiz questão de encimar o comentário com a insuspeita matéria reproduzida do portal G1, e que traduz com fidelidade jornalística a manifestação do Banco Central. Ora, não é de hoje que tenho pedido aos céus que, em algum momento, a velha crença popular de que Deus é brasileiro se confirme, e que de fato esse “brasileiro” tenha comiseração pelo povo brasileiro e faça retornar ao país ao comando de pessoas que tenham primeiro amor à pátria, e segundo, capacidade e competência para demonstrar o dito amor.
Os fatos reais demonstram que o nominado sistema não gostava da administração anterior, e que unindo o conjunto de suas forças foi buscar no ex-Presidente que batia caneca na grade, o pretenso salvador da pátria, leia-se, alguém que fielmente obedecesse ao sistema, e permitisse que o capital continuasse a ser altamente remunerado sem investimento no setor produtivo.
Quando escrevo isso, quero destacar a falência da qualidade e competitividade da indústria brasileira no último lustro, advinda de política econômica com o desastrado viés reverso que remunera tão somente o capital, e desqualifica a equação quando ela exige a modernização da indústria.
Por certo não escapa a ninguém que me refiro à indústria da transformação nominada “pesada”, que exige maiores investimentos, em especial a longo e médio prazo.
Alguém poderá, evidentemente, me contradizer lembrando que há determinado nível de modernidade na produção industrial de captadores de energia solar, por exemplo. Todavia, respeitosamente lembro que, mesmo essa, ainda depende de equipamentos importados, o que nos remete a uma operação, quando no mínimo, de “joint venture”.
A grande verdade é que os países que efetivamente encontraram o desenvolvimento, fizeram-no passando pela industrialização, o que definitivamente os manteve independentes.
Não é, certamente, o nosso caso, pois não escapa a nenhum observador que a nossa sobrevivência passa e se confirma pelo fato de que – e aí sim, cabe lembrar que Deus é brasileiro – o nosso agronegócio é, sem embargo, um permanente sucesso.
Todavia, a economia não depende de apenas um dos ângulos de um triângulo que deveria ser isósceles, e ter no outro ângulo indústria modernizada, forte e competitiva; e na base um governo que sustentasse o setor produtivo, dando-lhe oxigênio para a competitividade internacional e, sobretudo, que representasse sobriedade e segurança, pois certamente esses dois “S” seriam o ícone dos investidores de médio e longo prazo.
A REALIDADE
A inflação acima destacada encontra inegavelmente supedâneo nas ações deste desgoverno que está posto, e que cada vez mais demonstra sua incapacidade de gerência e sobretudo, sua incompetência no que tange a traçar políticas públicas que sejam atrativas para o mercado interno e externo.
Com efeito, o que se percebe no governo atual é a absoluta incapacidade de planejar o futuro imediato e mediato, e um viés que só tem ótica na arrecadação fiscal.
Quando escrevo e, nas raras vezes em que estou bem-humorado, faço menção à Inglaterra medieval, e me apraz comparar Lulle ao Príncipe John, e o destrambelhado Alexandre de Moraes ao Xerife de Nottingham. E a comparação, inobstante tenha um quê de bom humor, quando aprofundada, mostra uma equação que jamais será benéfica ao povo: a comparação nos remete a um príncipe-Chefe de Estado destrambelhado e idiotizado, que inebriado pelo seu próprio poder, põe à mostra o que de mais nefasto tem o homem médio; ao mesmo tempo em que, enfraquecido pela sua falência moral, se ampara num Xerife que desconhece a lei e, aliás, faz questão de desdenhar dela, e que com o poder que lhe é concedido pelo flébio príncipe, faz de um tudo que contraria a lei da qual deveria ser um servo e, sobretudo, defensor.
Por óbvio, uma equação com estes componentes só pode ter um resultado previsível, qual seja, um desastre.
Inobstante estejamos iludidos com a perspectiva de que vivemos num Estado Democrático de Direito, o dia a dia nos demonstra exatamente um revés permanente deste sentimento. O conjunto de atitudes do governo que habitualmente verbaliza seu descalabro pelo representante do apodrecido sistema, o Lewandowski, nos remete à descrença – senão o medo – do que será o amanhã. Ora, me permitindo a licença poética de imitar a canção imortalizada por Simone, “como será o amanhã” com o conjunto de atitudes do Príncipe Da Caneca Na Grade, com o xerife de Nottingham que, cada vez mais é fortalecido pelo Chefe de ambos, o Gilmar Mendes, é uma incógnita que, sobretudo, me assusta.
Devo reafirmar, entretanto, que a esperança certamente haverá de prevalecer, e que rezo para que realmente Deus seja brasileiro, e, em assim sendo, chame para si e/ou para seu opositor, os citados, para que finalmente o Brasil cresça em favor de todos os brasileiros.
O PARANÁ
Escrevo no dia da Emancipação Política deste Estado, que ocorreu em 1853, e que fez com que a nossa construção sociológica sempre tivesse parametrizada pela conduta da sede, a saber, São Paulo.
De fato, como paranaense nascido há sete décadas, não acho que isto deva nos impactar de forma negativa – muito ao contrário, posto ser a província matriz um exemplo extraordinário de produtividade e pujança.
Todavia, cabe lembrar que na nossa construção existe a participação de brasileiros de todos os cantos e o Paraná, sem embargo, é a terra de todas as gentes. Neste diapasão, cumpre destacar que os imigrantes construíram ao lado dos brasileiros que já aqui estavam, e os que vieram, um estado pujante, forte e, por trabalhador que é, autossuficiente.
Vale enfatizar que na média, tivemos também homens públicos bem-intencionados e cujo escopo sempre foi servir com qualidade o seu povo. É óbvio que uma análise aprofundada de cada governo vai destacar prós e eventuais contras. Cabe lembrar que escrevo em efeméride, portanto, compatível destacar o que de bom cada um ofereceu ao longo do tempo.
Dos mais longínquos, lembro Maneco Facão, pelo apodo e pela firmeza da conduta. Bento Munhoz da Rocha Neto, o construtor do Centro Cívico, unificando a administração do Estado. Ney Braga, o unificador do Estado. A Rodovia do Café, que uniu norte e sul. Jayme Cannet Júnior, o homem das seis mil salas de aula e 200 quadras de esporte. Álvaro Dias, e as estradas que uniram o Paraná, e que hoje cumprem sua função. Requião, e a grande usina e a união definitiva com Santa Catarina, pela estrada que nos leva a Joinville. Jaime Lerner, e sua genialidade tão bem representada, entre outras obras, pelo Museu do Olho de Oscar Niemeyer. Beto Richa, pela reconstrução do sistema viário do Estado. Ratinho Júnior, pela real integração do litoral do Estado do Paraná e pela visão inclusiva do Sudoeste do nosso Estado, com modernização da estrutura do Estado.
Claro, resumo extremamente sintético daquilo de bom que cada um deles trouxe em seus governos em prol deste estado, que a todos nós enche de enorme orgulho.
DIPLOMAÇÃO
PREFEITURAS
O dia de hoje marca a diplomação de uma jovem liderança que pode significar muito para o futuro deste estado: trata-se de Eduardo Pimentel.
Este é um momento importante, não só para ele como também para jovens lideranças que estarão ao lado dele (com destaque para seu vice-prefeito Paulo Martins), pois todo o grupo tem o desafio de suceder a uma administração que é avaliada com nota altíssima pela população.
É fato inconteste que Curitiba retomou, nos últimos oito anos, a postura e o comportamento da Cidade Sorriso, que inobstante castigada pela instabilidade do seu clima, mantém na sua forma sisuda de ser, um coração enorme, capaz de abrigar e acalentar a quem quer que a escolha, ainda que não lhe dê bom dia.
É preciso reiterar com destaque, portanto, que o Senhor Rafael Greca de Macedo deixa a cidade muito, mas muito melhor do que a recebeu. Faço o destaque para enfatizar, portanto, a responsabilidade do jovem Alcaide recém-eleito, sem olvidar, no entanto, que ele fez parte da equipe vencedora de Greca. E fê-lo com discrição e competência. Escolheu a sua equipe da forma que entendeu fazer, disse em alto e bom som, sentado ao meu lado no Grupo Mercosul, que as pessoas deveriam cobrar do CPF dele os resultados.
Me libero, portanto, de análise da equipe por ele escolhida, e não poderia ser diferente, porquanto reitero: o CPF a ser cobrado, por decisão pessoal, é o de Eduardo Pimentel. Me permito apenas uma licença neste comentário, que é abraçar com o carinho de amigo, o meu querido Marc Souza, para que escrever que, no caso dele, também estarei cobrando, porque reconheço nele um moço honesto, limpo, preparado e de bons princípios – o que me permite esperar dele uma administração de um setor tão difícil com propriedade, excelência e visão de futuro.
ORAÇÃO DE OGIER BUCHI:
Senhor, falta pouquinho para o encerramento de 2024. Espero não receber mais notícias tristes.
A minha oração da semana vai com especial carinho para os familiares de Luiz Romanos, meu pranteado afilhado e para meu amigo querido, Dr. Oscar Silvério. Amém.