Pela primeira vez desde o fim das eleições de 2022, o grupo de brasileiros que se identifica como bolsonarista alcançou o mesmo percentual dos que se dizem petistas, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (18). Ambos os campos políticos concentram 35% da população, evidenciando uma polarização persistente e agora ainda mais equilibrada no país.
A pesquisa mostra que, de abril a junho, o grupo mais alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu de 39% para 35%, enquanto o grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) subiu de 31% para 35% — o maior índice registrado entre bolsonaristas desde o início da atual série histórica, iniciada após o segundo turno de 2022.
Polarização domina cenário político
O instituto perguntou aos entrevistados onde eles se colocam em uma escala de 1 (bolsonarista) a 5 (petista). Aqueles que respondem com notas “1” ou “2” são considerados bolsonaristas; os que respondem “4” ou “5”, petistas. Quem escolhe “3” é classificado como neutro.
Confira os dados completos:
- Bolsonaristas (1+2): 35% (subiu 4 pontos desde abril)
- Petistas (4+5): 35% (caiu 4 pontos desde abril)
- Neutros (3): 20% (estável)
- Nenhum dos dois: 7%
- Não souberam responder: 2%
A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros nos dias 10 e 11 de junho, com margem de erro de 2 pontos percentuais. O empate técnico, portanto, indica uma tendência real de crescimento da base bolsonarista, segundo o instituto.
Governo Lula mantém avaliação negativa
Os dados sobre a autoidentificação política vêm na esteira da nova rodada de avaliação do governo federal. Segundo o Datafolha, 40% dos brasileiros avaliam o governo Lula como ruim ou péssimo, o pior índice de rejeição entre os três mandatos do petista. A taxa de aprovação (ótimo ou bom) ficou em 28%, enquanto 31% consideram a gestão regular.
Veja a evolução dos números:
- Ruim/péssimo: 40% (eram 38% em abril)
- Regular: 31% (eram 32%)
- Ótimo/bom: 28% (eram 29%)
- Não souberam: 1%
A avaliação geral é de estabilidade, mas o levantamento reforça o desgaste do governo em meio a dificuldades econômicas, críticas da oposição e aumento da polarização.
