Lula recebe líder cubano Miguel Díaz-Canel em almoço durante a 17ª Cúpula do BRICS no Rio

A presença do líder cubano ocorre em meio a uma reaproximação diplomática entre Brasília e Havana, mesmo diante de um passivo financeiro bilionário. Cuba possui uma dívida de aproximadamente US$ 1,2 bilhão com o Brasil, referente a financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sobretudo para obras como a ampliação do Porto de Mariel.

O convite do Itamaraty para que Cuba participasse da cúpula como parceiro do BRICS, feito em 2024, foi interpretado como sinal de alinhamento político e de retomada das relações estratégicas com a ilha caribenha.

O gesto de Lula de se reunir com Díaz-Canel gerou críticas de setores da oposição e da imprensa. Em editorial publicado nesta segunda, o jornal O Globo classificou a aproximação com o regime cubano como “contraditória”, considerando o histórico de defesa da democracia por parte do governo brasileiro. O texto apontou que o encontro reforça um “escol invejável de ditadores” e questionou a coerência do presidente ao se alinhar com governos autoritários.

Apesar da polêmica, analistas em Relações Internacionais destacam que a presença de Cuba na cúpula amplia o diálogo do bloco com países do Caribe e reforça a agenda de cooperação Sul-Sul, com foco em áreas como transição energética, moedas alternativas e desenvolvimento sustentável.

O governo brasileiro ainda não comentou oficialmente as críticas, mas reforçou, por meio do Itamaraty, que o encontro seguiu a lógica de promoção do multilateralismo e da integração entre países em desenvolvimento.

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