A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), deve assumir um cargo no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma ministerial está prevista para ocorrer até março, e o ministério escolhido para a parlamentar seria a Secretaria-Geral da Presidência da República, atualmente ocupada por Márcio Macêdo.
A entrada de Gleisi no governo implicará em mudanças internas no PT, já que o partido precisará de um presidente interino até julho, quando serão realizadas as eleições internas. Dois nomes são apontados como prováveis substitutos temporários: o deputado José Guimarães (CE), atual líder do governo na Câmara dos Deputados, e o senador Humberto Costa (PE), que deve ocupar a segunda vice-presidência do Senado. A decisão final será tomada com aval do presidente Lula.
A movimentação também reflete uma estratégia do Planalto para reforçar sua interlocução com movimentos sociais e setores da base petista. Uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Quaest mostrou uma queda na popularidade de Lula, incluindo entre eleitores de baixa renda e do Nordeste, região considerada um reduto histórico do PT. A presença de Gleisi no governo poderia auxiliar na reconexão com essas bases e fortalecer a articulação política do Executivo.
A reforma ministerial deve contemplar outras mudanças no primeiro escalão do governo, visando ajustes políticos e administrativos para o segundo ano da gestão. O cenário político ainda está em movimentação, e novas definições devem ocorrer nas próximas semanas.