A Polícia Federal indiciou Eduardo Requião, ex-superintendente do Porto de Paranaguá, e o empresário Valmor Felipetto, dono da Harbor Operadora Portuária Ltda, sob acusações de associação criminosa, ocultação de patrimônio e lavagem transnacional de dinheiro. A investigação, que negociações financeiras irregulares envolveram milhões de reais, é fruto da Operação Serendipitia, deflagrada em maio deste ano. O processo tramita na 14ª Vara Federal de Curitiba.
Foram indiciadas ainda outras nove pessoas, entre elas Ana Helena Mothe da Silva Duarte, a esposa de Eduardo Requião, e os dois filhos do casal: Thiago e Thobias Duarte de Mello e Silva.
A Operação Serendipitia foi lançada pela Polícia Federal para apurar transações suspeitas no Porto de Paranaguá, um dos principais centros de exportação do país. O relatório da PF aponta que Requião e Felipetto foram articulados um esquema complexo para receber propinas por meio de contas em instituições financeiras internacionais, mascarando a origem ilícita dos recursos. O esquema contava com empresas de fachada e contratos fictícios, dificultando o rastreamento das transações e ocultando o patrimônio dos envolvidos.
Os investigadores relataram que os indiciados utilizaram contas no exterior em nome de terceiros para facilitar a transferência financeira sem atrair a atenção das autoridades fiscais e bancárias. Além disso, uma parte dos valores foi introduzida de volta ao Brasil, disfarçada em operações comerciais legítimas.
O relatório da Polícia Federal foi elaborado ao Ministério Público Federal (MPF), que avaliará as provas e decidirá se apresenta denúncia formal contra os envolvidos. Caso a denúncia seja aceita, os acusados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, ocultação de patrimônio e lavagem transnacional de dinheiro, entre outros.
O MPF também pode, com base nas provas coletadas, identificar e incluir novos envolvidos no esquema. A expectativa é que a análise das evidências seja concluída nas próximas semanas, e que novas revelações possam surgir a partir de depoimentos e documentos em fase de análise.
A Operação Serendipitia é vista como um marco no combate à corrupção em portos brasileiros e pode gerar mudanças na supervisão de atividades comerciais e financeiras nas áreas portuárias. A expectativa é que a repercussão do caso traga mais transparência e medidas preventivas para evitar novos esquemas de lavagem de dinheiro.