Foto: Rodrigo Fonseca/CMC
Fonte: CMC
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou, em primeiro turno, nesta terça-feira (24), dois projetos de lei que autorizam a Prefeitura a contratar empréstimos que somam mais de R$ 1 bilhão. Os recursos serão utilizados para expandir a frota de ônibus elétricos e implantar sistemas de energia solar em prédios públicos, ações previstas no Programa Curitiba Carbono Neutro.
A meta da administração municipal é atingir 30% da frota de transporte coletivo descarbonizada até 2030 e 100% até 2050.
Financiamento com o BNDES
O primeiro projeto aprovado permite que o Executivo firme operação de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 380 milhões. O montante será destinado à aquisição de 54 ônibus elétricos articulados para a Linha Inter 2 e à instalação de dois eletropostos públicos para recarga dos veículos.
O financiamento terá juros de 7,35% ao ano, com carência de 12 meses e prazo de pagamento de 15 anos (180 meses). A proposta foi aprovada com 28 votos favoráveis e 4 contrários.
Durante a votação, os vereadores rejeitaram uma emenda que previa a divulgação semestral de indicadores de desempenho da nova frota elétrica, como impacto ambiental e custo por passageiro. A emenda teve 6 votos a favor e 26 contra.
Empréstimo com o Banco Alemão KfW
O segundo projeto autoriza a contratação de um financiamento internacional com o banco alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) no valor de até 100 milhões de euros — o equivalente a cerca de R$ 637,6 milhões, na cotação atual. O recurso será aplicado na aquisição de ônibus elétricos para as linhas BRT Leste-Oeste e Interbairros II, que transportam, juntas, cerca de 355 mil passageiros por dia.
O empréstimo também contempla a instalação de sistemas de energia solar em escolas, terminais e outros edifícios públicos. A previsão é de que a geração alcance 35,5 GWh/ano.
A taxa de juros será de 3,46% ao ano, com carência de 5 anos e amortização em 15 anos. O projeto foi aprovado com 27 votos favoráveis e 4 contrários.
Impactos e Justificativas
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a eletrificação parcial da frota pode evitar 909 hospitalizações e 32 mortes por doenças respiratórias e cardiovasculares nos próximos 30 anos. A economia estimada com a redução de internações e mortes chega a R$ 97,6 milhões.
Além disso, os ônibus elétricos têm vida útil maior, custo por quilômetro até 69% menor que os movidos a diesel, e custos de manutenção 72% mais baixos.
Próximos Passos
Os dois projetos retornam ao plenário nesta quarta-feira (25) para a votação em segundo turno. Se aprovados novamente, seguem para sanção do prefeito. A expectativa da Prefeitura é que as contratações dos financiamentos ocorram até o final de 2026, e a aquisição dos veículos, em 2027, já no contexto de uma nova concessão do transporte coletivo.