Denúncia do MP-PR envolve gabinete de Gilberto Ribeiro em caso de falsidade ideológica

FOTO: Orlando Kissner/Alep

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou denúncia por falsidade ideológica contra três funcionários comissionados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A acusação envolve a suposta falsificação de documentos exigidos para oficializar suas nomeações no Poder Legislativo e tem implicações diretas para o deputado Gilberto Ribeiro (PL), que já responde a um processo por “rachadinha” e contratação de funcionário fantasma.

O MP-PR aponta que Leila Cristine Soriani, lotada na Comissão de Esportes da Alep, e Sinomar Zucon da Silva, nomeado para atuar na Liderança do PL, apresentaram declarações falsas afirmando serem solteiros. Essa manobra foi utilizada para contornar as normativas da Alep, que proíbem a nomeação de membros da mesma família até o terceiro grau em cargos comissionados.

Apesar de terem apresentado uma escritura pública de dissolução de união estável, a promotora Maria Natalina Nogueira de Magalhães Santarosa descreve a separação como simulada, evidenciando que Leila e Sinomar mantêm uma união estável desde 2001. A denúncia inclui fotos do casal publicadas em redes sociais e depoimentos de testemunhas que confirmam o relacionamento público. Além disso, o casal comprou um imóvel conjunto três anos após a suposta dissolução da união estável.

Segundo o portal da transparência da Alep, Leila tem um salário bruto de R$ 12.560,02, enquanto Sinomar recebe R$ 13.812,30.

Ari Demétrios de Lima, também lotado na Liderança do PL com um salário bruto de R$ 20.149,24, é o terceiro denunciado por falsidade ideológica. Ari declarou ser solteiro ao ser nomeado, mas é casado com Denise Ortega, funcionária do gabinete de Gilberto Ribeiro. Denise, por sua vez, declarou corretamente seu estado civil, o que levou a promotora a arquivar o caso contra ela.

Em nota, a assessoria do deputado Gilberto Ribeiro afirmou que as acusações de falsidade ideológica contra os servidores do gabinete são infundadas e destoam da verdade. A nota também mencionou que, em legislaturas anteriores, as imputações contra Leila e Sinomar já foram investigadas pelo MP-PR e arquivadas por inexistência de ilegalidade ou violação à Súmula Vinculante nº 13 do STF.

Sobre o pedido de afastamento dos acusados feito pelo MP-PR, a assessoria destacou que a justiça indeferiu a solicitação liminar. A decisão judicial mencionou a falta de plausibilidade do pedido, que não comporta provimento cautelar e não está previsto no artigo de lei utilizado pela acusação.

A denúncia do MP-PR coloca em evidência questões sobre integridade e transparência nas nomeações de cargos comissionados na Alep. Com a inclusão do nome do deputado Gilberto Ribeiro, que já enfrenta outras acusações, o caso ganha ainda mais destaque e será acompanhado atentamente enquanto os desdobramentos judiciais prosseguem.

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