Cidades de 15 minutos e o desafio urbano

Imagine morar, trabalhar, fazer compras, levar e buscar os filhos na escola, encontrar serviços burocráticos, financeiros ou mesmo lazer no próprio bairro ou mesma região, tudo em pouco tempo de percurso, deslocamento, sem muito estresse emocional ou desgaste com o trânsito. Para quem vive nos grandes centros urbanos ou metrópoles do Brasil e do mundo, tudo isso ainda parece utópico e o caos gerado pela confusão da vida moderna, muito mais factível.

O desafio, realmente, é imenso, mas possível, a partir do conceito das Cidades de 15 minutos, difundido com mais visibilidade durante a pandemia do coronavírus e a necessidade de repensar o desenho e a mobilidade urbana dos municípios.

Fundamentalmente, as Cidades de 15 minutos são um conceito de planejamento urbano pragmático e totalmente pleno, idealizado e lançado, primeiramente, em Paris, na França, pelo pesquisador franco-colombiano e professor associado da Universidade Paris 1 – Panthéon Sorbonne, Carlos Moreno – inspirado ainda no pensamento da escritora e ativista Jane Jacobs, ao voltar as chamadas cidades em escala humana.

Princípios dinâmicos

Na prática, a ideia é diminuir os deslocamentos humanos e o uso de carros, consequentemente a emissão de gases poluentes à atmosfera e também promover o desenvolvimento de espaços inclusivos, dinâmicos e sustentáveis.

Os princípios para implantar o conceito das Cidades de 15 minutos, portanto, são ecologia – como o exemplo das Florestas Urbanas, em Paris-, criar a proximidade de serviços à população, estimular a solidariedade e recorrentemente a participação comunitária hiper local.

Para isso, as cidades precisariam, então, de um novo planejamento e serem, de fato, projetadas para os cidadãos morarem, trabalharem e prosperaram em percursos curtos e próximos de casa, com um ritmo frequente e diário, sem grandes deslocamentos para outras áreas do município em vigência.

Facilidades iminentes

Como resultado prático e várias facilidades diárias, a cidade passa a percorrer o ritmo do cidadão (ã) e não as pessoas colapsam na velocidade das cidades modernas e dos automóveis poluentes.

Outro resultado iminente: qualidade de vida e de saúde com incentivo à caminhada livre ou o uso de transporte alternativo como as bicicletas, reconexão dos moradores com o bairro ou localidade, naturalmente mais tempo para desenvolvimento pessoal, convívio social, familiar e a promoção de atividades cultural, menos poluição na atmosfera, mobilidade urbana reorganizada, menos acidentes no trânsito e o estabelecimento de uma nova economia mais sustentável, regionalizada e fluídica, com todos os serviços, produtos, empregos, renda e entretenimentos sempre perto de casa.

Utopia, portanto, vira um novo modelo de existência urbana!

Curitiba em 15 minutos

Curitiba, por exemplo, apresenta características próximas e serviços alinhados com o conceito de Cidades de 15 minutos, com as Ruas da Cidadania em pleno funcionamento e abertas à população, parques e praças espalhadas pela cidade, serviços burocráticos oferecidos nos bairros, serviços financeiros em diferentes regiões acessíveis, além de atividades de esporte, lazer, o implemento de hortas comunitárias, ciclovias sociais e cada vez mais o espelho da consciência ambiental refletido aos moradores em diferentes bairros do município paranaense.

Há, sem dúvida, no caso de Curitiba e da gestão pública vigente, uma proximidade de pensamento do conceito das Cidades de 15 minutos e isso pode ainda ser ampliado na própria capital paranaense, com o implemento de outras variáveis, bem como disseminado para outras cidades, estados e locais do Brasil, nesse imenso, mas possível e relevante desafio do nosso século aos grandes centros urbanos e metrópoles do país.

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