Ney Leprevost adota neutralidade no segundo turno e critica aliança com Sergio Moro

Foto: Divulgação

O deputado estadual Ney Leprevost, presidente do União Brasil em Curitiba, anunciou que o partido manterá neutralidade no segundo turno das eleições para a Prefeitura da capital paranaense. A decisão foi tomada após Leprevost ter ficado em quarto lugar no primeiro turno, com 6,5% dos votos válidos, e veio acompanhada de duras críticas ao senador Sergio Moro (União Brasil), que ele considera ter prejudicado sua campanha.

Leprevost afirmou que a entrada de Rosângela Moro, esposa do senador, como sua vice foi um erro estratégico que comprometeu a corrida eleitoral. Segundo o deputado, a presença do casal Moro trouxe mais complicações do que benefícios à campanha. “Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele é difícil de lidar, vaidoso”, disse Leprevost.

Rosângela Moro foi indicada para a chapa de Leprevost após articulação do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda. O deputado, porém, revelou que a presença de Sergio Moro gerou rejeição entre os eleitores curitibanos, que o veem tanto como o “carrasco de Lula” quanto o “traidor de Bolsonaro”. Esse duplo estigma acabou afastando parte do eleitorado de direita.

Além disso, Leprevost reconheceu que a escolha de Rosângela Moro como vice não trouxe o apoio dos eleitores simpáticos à Lava Jato, já que o ex-procurador Deltan Dallagnol apoiou seu adversário, Eduardo Pimentel (PSD). A relação entre Leprevost e Moro piorou nas semanas finais da campanha, com o senador se afastando e, segundo o deputado, tentando usar sua candidatura para promover uma futura campanha ao governo do Paraná em 2026.

Após o primeiro turno, Leprevost optou por manter o União Brasil neutro no segundo turno das eleições municipais. Ele afirmou que a decisão respeita a diversidade de opiniões dentro do partido e que seus filiados estão liberados para apoiar qualquer um dos candidatos que disputam o pleito – Eduardo Pimentel (PSD) ou Cristina Graeml (PMB).

“Em respeito à pluralidade de ideias que existe dentro do União Brasil, decidi liberar os filiados para que apoiem o candidato que melhor represente suas convicções, sempre pensando no bem da cidade”, declarou Leprevost.

O deputado também reforçou que não pretende seguir alinhado politicamente com Sergio Moro no futuro. Ele deixou claro que, caso Moro seja o candidato do União Brasil ao governo do Paraná em 2026, ele consideraria deixar o partido. “Eu não quero caminhar politicamente com Moro. E acho que ele também não quer caminhar comigo”, concluiu.

Com essa postura de neutralidade, o União Brasil se mantém distante dos dois candidatos que disputam o segundo turno em Curitiba, enquanto Eduardo Pimentel e Cristina Graeml buscam conquistar os eleitores que ficaram sem candidato após o fim da corrida de Leprevost.

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