FOTO: VALTER CAMPANATO / Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) anunciou uma correção no valor supostamente desviado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no escândalo envolvendo joias sauditas. A cifra, que inicialmente era de R$ 25.298.083,73, foi atualizada para US$ 1.227.725,12, o que corresponde a R$ 6.826.151,66.
A retificação ocorreu após o Supremo Tribunal Federal (STF) retirar o sigilo do inquérito nesta segunda-feira (8). De acordo com a PF, as peças, recebidas como presente por Bolsonaro, foram vendidas ilicitamente por um grupo com o objetivo de enriquecer o ex-presidente. Em declaração oficial, a PF esclareceu: “Tem um erro material na conclusão, no que se refere ao valor das joias. Já enviamos uma retificação ao STF. O valor correto é US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,66.”
Logo após a retirada do sigilo, Bolsonaro se manifestou na rede social X, destacando o erro no relatório da PF e insinuando que outras correções ainda serão necessárias. Ele escreveu: “Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF [Caixa Econômica Federal], Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo”.
Os advogados de Bolsonaro também se pronunciaram, alegando que os presentes recebidos pela Presidência seguem um rígido protocolo de tratamento e catalogação, sobre o qual o ex-presidente não tem ingerência direta. Conforme a defesa, o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), que decide se os bens são destinados ao acervo público ou ao acervo privado de interesse público da Presidência, é composto por servidores de carreira de gestões anteriores.
A defesa criticou o inquérito, classificando-o como “insólito” por focar exclusivamente no governo Bolsonaro e ignorar situações semelhantes em administrações anteriores. Os advogados sublinharam que Bolsonaro compareceu voluntariamente e decidiu pela devolução dos bens, enfatizando que ele nunca teve a intenção de manter para si itens que pudessem ser considerados públicos.