Polícia Federal conclui inquérito sobre tentativa de golpe de Estado e indicia 37 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que investigava uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, em uma apuração que remonta aos eventos pós-eleições de 2022. O relatório final aponta o indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros do governo Bolsonaro, como Walter Braga Netto e Augusto Heleno, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Os indiciados são acusados de crimes, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito apura o envolvimento dessas pessoas nos eventos de 8 de janeiro de 2023, além de tramas golpistas durante as eleições presidenciais de 2022 e um plano para assassinatos de autoridades, incluindo o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSD) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Entre os indiciados, a PF incluiu diversos nomes com estreita ligação ao bolsonarismo, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cid. A investigação revelou ainda que uma facção criminosa, composta em sua maioria por militares das Forças Especiais, planejava um golpe para impedir a posse do governo eleito, além de monitorar as ações dos principais alvos do plano, como o presidente eleito e o ministro do STF.

Além das acusações de tentativa de golpe, os indiciados também são responsabilizados por envolvimento em um plano de assassinato. A suposta organização criminosa, visava atacar as figuras de Lula, Alckmin e Moraes em 15 de dezembro de 2022. A operação também revelou que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, era monitorado e constantemente vigiado pelos suspeitos.

Reação de Bolsonaro

Jair Bolsonaro reagiu com indignação ao ser informado sobre o indiciamento, enquanto acompanhava as atualizações sobre o caso com aliados. O ex-presidente expressou frustração com a condução do processo por parte de Alexandre de Moraes, que, segundo Bolsonaro, atua como vítima e juiz ao mesmo tempo. De acordo com aliados próximos, a conclusão do inquérito é vista como parte de uma “perseguição política” ao ex-presidente, alegando um conluio que teria sido armado contra ele.

Bolsonaro, em sua fala, afirmou que aguardará a análise do relatório pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela defesa, sugerindo que a acusação feita pela PF faz parte de um processo tendencioso e sem base legal. Ele também criticou o que chamou de “criatividade” na atuação de Moraes e da PF.

Próximos passos no processo

Agora, o relatório será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá sobre os próximos passos do processo. A defesa de Bolsonaro e dos outros indiciados já prepara a contestação das acusações e espera que o caso seja analisado de forma justa pelas instâncias superiores.

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