Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Pesquisas divulgadas nesta semana pelo Ipec e pelo Datafolha indicam uma queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma resistência significativa à sua possível candidatura à reeleição em 2026.
Pesquisa Ipec: maioria dos brasileiros rejeita reeleição de Lula
Levantamento do Ipec, divulgado neste sábado (15), mostra que 62% dos brasileiros acreditam que o presidente não deveria disputar um novo mandato em 2026. Outros 35% avaliam que ele deveria concorrer novamente, enquanto 3% não souberam ou preferiram não opinar.
Os números representam um aumento na rejeição à reeleição do petista em relação à pesquisa anterior, realizada em setembro de 2024, quando 58% dos entrevistados eram contra uma nova candidatura e 39% eram favoráveis.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 10 de fevereiro, entrevistando 2 mil pessoas em 131 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Datafolha: pior índice de aprovação do governo Lula em seus três mandatos
Já a pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira (14), aponta que apenas 24% dos brasileiros aprovam o governo Lula, enquanto 41% o consideram ruim ou péssimo. O percentual de aprovação é o mais baixo registrado em todos os três mandatos do presidente, enquanto a reprovação atinge um recorde.
A pesquisa revela ainda que 32% avaliam a gestão como regular e 2% não souberam ou não responderam. Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2024, houve uma queda significativa na aprovação, que era de 35%, e um aumento na reprovação, que era de 34%.
A pesquisa Datafolha entrevistou 2.007 eleitores em 113 cidades entre os dias 10 e 11 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fatores que explicam a queda na popularidade
Especialistas apontam diversos fatores que podem estar influenciando a baixa aprovação do governo e a resistência a uma eventual reeleição. Entre os principais motivos estão:
- Economia – A alta da inflação e o aumento dos preços dos alimentos, além da crise envolvendo a portaria da Receita Federal sobre o PIX, que gerou desinformação e críticas ao governo.
- Contexto internacional – A ascensão da direita em diversos países e o enfraquecimento da esquerda globalmente.
- Oposição eficaz – A atuação organizada da oposição tem fragilizado o governo em diversas frentes.
- Erros do governo – Problemas internos da gestão têm sido amplificados pela oposição.
- Cansaço político – A percepção de que o governo não traz novidades pode gerar um desejo de mudança.
- Dificuldade de comunicação com jovens – O discurso do governo não tem conseguido alcançar a juventude, que se mostra mais inclinada a pautas de empreendedorismo e redução do Estado.
- Valores conservadores – O crescimento do conservadorismo na sociedade brasileira tem dificultado a adesão a pautas progressistas.
- Esquizofrenia política – A necessidade de equilibrar uma aliança de centro com pressões para implementar políticas mais à esquerda tem causado dificuldades na condução do governo.