Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu neste sábado (12) às duras críticas feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante a Brazil Conference, evento realizado em Harvard, nos Estados Unidos. Na ocasião, Gilmar classificou a Operação Lava Jato como “organização criminosa” e comparou práticas do grupo de Curitiba às ações do PCC, maior facção do narcotráfico do país.
O decano do STF também defendeu o ministro Alexandre de Moraes das críticas feitas por bolsonaristas e aproveitou para fazer um contraponto direto com Moro:
“Não se pode nem de longe comparar Alexandre (de Moraes) com (Sérgio) Moro. Moro, de fato, se associa ao Bolsonaro. Ele antes das eleições já tem conversas com Bolsonaro, aceita ser ministro da Justiça de Bolsonaro”, afirmou Gilmar.
Em resposta, Moro rebateu com ironia e levantou questionamentos sobre a atuação do próprio Gilmar Mendes:
“Gilmar Mendes deveria primeiro explicar as relações dele com a CBF [Confederação Brasileira de Futebol]. Ele foi questionado a respeito pelos presentes?”, declarou o ex-juiz da Lava Jato.
O senador se referia à decisão de Gilmar, em janeiro de 2023, que devolveu Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF após seu afastamento por ordem judicial. Além disso, Moro citou o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), fundado por Gilmar Mendes, que mantém contrato com a CBF para administrar a Academia CBF — braço educacional da entidade.
Tensão institucional
As declarações acentuam o embate entre dois personagens centrais na recente história político-judicial do Brasil. Gilmar Mendes tem sido um dos principais críticos da Lava Jato e já havia atacado o protagonismo de Moro no passado. Já o ex-juiz defende o legado da operação e costuma acusar o Supremo de minar o combate à corrupção.
