MBL expulsa vereador João Bettega após crise interna e exoneração coletiva de assessores

Fotos: Comunicação Social/CMC

O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou nesta quarta-feira (7) a expulsão do vereador de Curitiba João Bettega (União Brasil). A decisão marca a primeira expulsão pública de um parlamentar com mandato vinculado ao grupo em todo o país. O afastamento foi acompanhado pela exoneração voluntária de todos os assessores parlamentares ligados ao gabinete de Bettega na Câmara Municipal.

Ligado ao MBL desde 2022, Bettega foi eleito com apoio do movimento, mas, segundo a direção nacional e o núcleo estadual do grupo, rompeu com os princípios da organização ao se afastar de pautas defendidas internamente e se aproximar de figuras do bolsonarismo. A gota d’água, de acordo com o MBL, foi a recusa do vereador em denunciar casos de suposta corrupção envolvendo o Partido Liberal (PL) em Curitiba.

A expulsão foi comunicada publicamente por Renan Santos, um dos fundadores do MBL, em mensagem enviada a grupos do movimento. No texto, Santos classifica a postura de Bettega como “traição política”, aponta “ausência de trabalho parlamentar” e critica a atuação do vereador, descrita como limitada à produção de “vídeos idiotas” para redes sociais.

“Nós somos um movimento de direita, mas execramos o bolsonarismo. E o vereador se recusou a fazer a denúncia de casos de corrupção ligados ao PL”, afirmou Will Rocha, coordenador estadual do MBL no Paraná.

Ainda segundo o movimento, a decisão foi tomada de forma unânime pelo núcleo estadual do Paraná e contou com o apoio integral da equipe de gabinete do parlamentar. Todos os assessores pediram exoneração de seus cargos em solidariedade ao grupo e por discordarem da conduta adotada por Bettega. “Absolutamente ninguém quer mais esse rapaz por perto”, diz um dos trechos do comunicado.

O MBL também acusa o vereador de pressionar o grupo em troca de cargos, inclusive exigindo a demissão de um chefe de gabinete para manter sua ligação com o movimento. “Fez uso do medo para pedir a cabeça de diversos assessores que discordavam”, afirma a nota assinada por Renan Santos. De acordo com o texto, Bettega teria chegado a minimizar um vídeo polêmico, em que apareceria criticando o próprio movimento e aderindo ao discurso bolsonarista.

“É o caso mais insólito de traição e despreparo que já vi em 11 anos de MBL”, escreveu Santos. “Um rapaz que se nega a fazer mandato, que vive de ‘debater’ com moradores de rua e senhores de idade, que tem vergonha do grupo que o elegeu, só poderia ter um fim desses.”

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