Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
A prévia da inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou uma alta de 0,19% em agosto, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27). O resultado, embora abaixo das expectativas do mercado, que projetava um avanço de 0,20%, reflete a influência de setores específicos, com destaque para o grupo de Transportes.
Gasolina lidera altas no grupo de Transportes
O grupo Transportes foi o principal responsável pelo aumento do IPCA-15 em agosto, registrando uma alta de 0,83% e contribuindo com 0,17 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. A alta nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina, que subiu 3,33%, foi o fator mais significativo. Outros combustíveis, como o etanol (5,81%), gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%), também apresentaram aumentos expressivos, elevando o subgrupo combustíveis em 3,47%. Em contrapartida, as passagens aéreas, que haviam encarecido no mês anterior, caíram 4,63%, ajudando a mitigar parte da pressão inflacionária no setor.
Alimentação e bebidas registra deflação pelo segundo mês consecutivo
O grupo Alimentação e bebidas, que já havia mostrado deflação em julho, voltou a cair em agosto, com uma redução de 0,80%. Essa queda foi mais pronunciada na Alimentação no domicílio, que recuou 1,30%. Os alimentos in natura, como tomate (-26,59%), cenoura (-25,06%), batata-inglesa (-13,13%) e cebola (-11,22%), foram os principais responsáveis por essa queda. A deflação no grupo ajudou a retirar 0,17 p.p. do índice geral em agosto.
Por outro lado, a Alimentação fora do domicílio mostrou um leve aumento, passando de 0,25% em julho para 0,49% em agosto, com destaque para o aumento dos preços dos lanches (0,76%) e das refeições (0,37%).
Educação e Habitação também contribuem para a alta
O grupo Educação apresentou um aumento de 0,75%, impulsionado principalmente pelos reajustes em cursos regulares, como ensino superior (1,13%) e ensino fundamental (0,57%). O subgrupo cursos diversos também contribuiu, com alta nos preços de cursos de idiomas (0,96%).
Em Habitação, o índice avançou 0,18%, principalmente devido ao aumento de 1,93% no preço do gás de botijão. No entanto, essa alta foi parcialmente compensada pela queda de 0,42% na energia elétrica residencial, que retornou à bandeira tarifária verde, após ter registrado um aumento de 1,20% em julho.
Acumulado do ano e dos últimos 12 meses
Com o resultado de agosto, o IPCA-15 acumula uma alta de 3,02% no ano e 4,35% nos últimos 12 meses, ficando dentro da meta de inflação estipulada pelo Banco Central. A comparação com o mês anterior, quando o índice subiu 0,30%, mostra uma desaceleração de 0,11 p.p. O resultado de agosto de 2023, em contraste, havia sido de 0,28%.
Este cenário aponta para uma inflação moderada, com pressões concentradas em setores específicos, como transportes e educação, enquanto a alimentação continua a aliviar o orçamento das famílias brasileiras.
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