Inflação acelera para 0,38% em Julho, impulsionada por gasolina, passagens aéreas e energia elétrica

FOTO: Marcelo Camargo – Agência Brasil

A inflação no Brasil voltou a acelerar em julho, registrando uma alta de 0,38%, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado supera o índice de 0,21% registrado em junho e foi fortemente influenciado pelos aumentos nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica.

Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a medida oficial da inflação no país, acumulou uma alta de 4,5%, atingindo o limite superior da meta de inflação estipulada pelo Banco Central. Em junho, o acumulado em 12 meses era de 4,23%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram alta de preços em julho. O grupo de transportes foi o que mais pressionou a inflação, com um aumento de 1,82%, o que resultou em um impacto de 0,37 ponto percentual no índice geral.

Dentro do grupo de transportes, a gasolina foi o item que mais pesou no bolso dos brasileiros, com uma alta de 3,15%, o que contribuiu com 0,16 ponto percentual para o IPCA do mês. Esse aumento foi consequência do reajuste de 7,12% anunciado pela Petrobras no dia 8 de julho.

As passagens aéreas também tiveram um impacto significativo na inflação de julho, registrando uma alta de 19,39% e contribuindo com 0,11 ponto percentual para o índice geral. Segundo André Almeida, gerente do IPCA no IBGE, as férias escolares de julho favoreceram o aumento dos preços dos bilhetes de avião.

Outro fator que pressionou o IPCA foi a alta de 0,77% no grupo de habitação, impulsionada pelo aumento de 1,93% na tarifa de energia elétrica residencial, que teve impacto de 0,08 ponto percentual no índice. A implementação da bandeira tarifária amarela, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, foi a principal responsável pelo aumento.

Apesar das altas em itens essenciais como gasolina e energia elétrica, o grupo de alimentos e bebidas trouxe um alívio para os consumidores, com uma queda de 1% nos preços em julho, a maior desde agosto de 2017. Esse recuo resultou em uma redução de 0,12 ponto percentual na inflação geral.

Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio apresentou uma queda de 1,51% nos preços, refletindo a maior oferta de alimentos no mercado, especialmente de produtos como tomate, cenoura, cebola e batata inglesa. “Essa queda foi impulsionada pela intensificação das safras de tubérculos, raízes e legumes”, explicou Almeida.

O índice de difusão, que mede a parcela de produtos que registraram aumento de preços, caiu para 47% em julho, o menor nível desde setembro de 2023. Em junho, o índice de difusão era de 52%. Essa redução se deve principalmente à queda nos preços dos alimentos, que apresentou uma difusão de 39% em julho, comparado a 49% em junho.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou em 0,26% em julho, praticamente estável em relação a junho (0,25%). No acumulado do ano, o INPC soma 2,95%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice atingiu 4,06%.

Para agosto, o cenário pode ser um pouco mais favorável, com o governo anunciando a volta da bandeira verde nas tarifas de energia elétrica, o que deverá reduzir a pressão sobre a inflação. No entanto, os aumentos nos preços de combustíveis e passagens aéreas seguem como fatores de preocupação para os próximos meses.

Com a inflação anual atingindo o limite superior da meta do Banco Central, a atenção se volta agora para as medidas que serão adotadas para conter o avanço dos preços e garantir o poder de compra das famílias brasileiras.

Facebook
WhatsApp
Telegram