Ministro do STF considerou que houve “conluio” e invalidou atos de força-tarefa e Moro contra ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os atos de investigações tomados no âmbito da Operação Lava Jato contra o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR), ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba.
A decisão incluiu medidas tomadas por integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, como Deltan Dallagnol e pelo ex-juiz e hoje senador Sergio Moro. Também foram anulados atos de dois desdobramentos da Lava-Jato no Paraná, chamados de Piloto e Integração, duas operações estaduais do Paraná, Quadro Negro e Rádio Patrulha.
A decisão de Toffoli atendeu a um pedido apresentado pela defesa de Richa. O ministro considerou, com base em mensagens apreendidas na Operação Spoofing, que houve uma “incontestável o quadro de conluio processual” contra o ex-governador.
Richa foi preso preventivamente três vezes, sendo a primeira durante a campanha eleitoral de 2018, quando era candidato ao Senado. O deputado também chegou a ser réu em oito ações penais diferentes, cinco vezes na Justiça estadual e três na federal.
Em 2021, foi absolvido de um desses processos. As acusações eram referentes ao período em que ele foi governador (2011-2018).
Em sua decisão, Toffoli cita mensagens de membros da força-tarefa da Lava-Jato que demonstravam a intenção de que a investigação contra Richa fosse conduzida na 13ª Vara Federal de Curitiba, que na época era comandada por Sergio Moro. O ex-juiz e os integrantes da força-tarefa não reconhecem a autenticidade das mensagens e afirmam que elas foram obtidas de modo ilegal.