Crise hídrica em Ponta Grossa: Prefeita solicita isenção na tarifa de água e setor econômico cobra providências

A cidade de Ponta Grossa enfrenta uma grave crise no abastecimento de água, impactando diretamente moradores, escolas, indústrias e comércios. Diante do cenário, a prefeita Elizabeth Schmidt formalizou um pedido à Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) para isentar os consumidores da cidade da tarifa de abastecimento por pelo menos três meses. A solicitação ocorre após inúmeras reclamações sobre interrupções no fornecimento sem aviso prévio e manobras emergenciais que prejudicaram milhares de pessoas.

Além da solicitação à Sanepar, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente notificou novamente a Agência Reguladora do Paraná (Agepar), exigindo providências urgentes para evitar novos transtornos à população. A Prefeitura reforça que a Sanepar tem a obrigação de informar previamente qualquer interrupção no fornecimento com um prazo mínimo de 48 horas, exigência que, segundo a administração municipal, não foi cumprida.

Como medida de fiscalização, o município anunciou a aplicação de uma multa à Sanepar, correspondente a 10% do faturamento bruto da companhia. A penalidade visa responsabilizar a empresa pelos impactos causados à população e incentivar uma solução definitiva para o problema.

Causas e impactos do desabastecimento

A crise hídrica na cidade é resultado de um aumento no consumo, impulsionado pelas altas temperaturas, e de falhas operacionais na interligação de uma nova adutora no Rio Pitangui. A obra, que deveria minimizar os impactos da demanda, sofreu atrasos devido a problemas técnicos, reduzindo a distribuição de água para apenas 30% da capacidade. Com isso, residências, comércios e indústrias foram severamente prejudicados.

A situação também afetou a rede de ensino. Cerca de 70% das escolas municipais suspenderam as aulas na manhã desta quarta-feira (19), conforme levantamento da Secretaria Municipal de Educação. No dia anterior, entre 60% e 70% das unidades já haviam sido afetadas. Entre as 48 escolas estaduais, 17 estão operando em regime remoto, seis em horário reduzido e 25 funcionam normalmente. A expectativa é que o fornecimento seja restabelecido gradualmente ao longo do dia.

Setor econômico exige soluções imediatas

Entidades representativas do setor econômico, como o Sindicato dos Lojistas de Ponta Grossa e Região (Sindilojas), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), emitiram notas oficiais manifestando preocupação com a crise e cobrando providências da Sanepar.

O Sindilojas destacou que o varejo local tem sido prejudicado, com empresas precisando contratar caminhões-pipa de Curitiba devido à falta de oferta local, priorizada para escolas e hospitais. A entidade apontou que diversos estabelecimentos precisaram suspender atividades temporariamente.

Já a Abrasel criticou a concessionária pela falta de planejamento na execução das obras e pelos transtornos causados ao setor de alimentação. Segundo a associação, empresários do setor já enfrentam dificuldades econômicas e agora lidam com fechamento forçado devido à falta de água.

Diante da crise, a Prefeitura e os setores afetados seguem cobrando medidas eficazes da Sanepar para garantir a normalização do abastecimento o mais rápido possível.

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